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Editor do caderno “Poder” da Folha de S. Paulo, Fábio Zanini, realizou na última segunda-feira uma palestra no auditório da FIAM-FAAM, campus Vergueiro

Zanini
Jornalista Fabio Zanini. Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

O jornalista falou sobre a cobertura do impeachment, justamente no momento em que Dilma discursava no Senado e se defendia das acusações.

Zanini comentou sobre a impopularidade da presidente, atribuída as questões financeiras, como desemprego, inflação alta e os índices desanimadores do cenário econômico.

A crise política, econômica e de corrupção (Lava-jato), desencadearam na cassação da presidente. Em meio a esse turbilhão de acontecimentos, o jornalismo debatido no contexto de revolução tecnológica e de comunicações.

Embora esta não seja a maior crise da história, a internet a torna mais estridente. Neste ambiente a imprensa acaba sendo pressionada, atacada e participando como ator e receptor.

Esses ataques a mídia, golpista, ou não golpista, petista ou peemedebista, geram discussões, debates e questionamentos sobre a imprensa que, na opinião de Zanini, são importantes para a evolução do jornalismo.

As crises política, econômica e da corrupção pegam a imprensa em um momento de fragilidade estrutural. Essa crise institucional afeta todos os jornais do mundo e a atual situação financeira adiciona mais um elemento a esse processo. As receitas publicitarias caíram, as pessoas gastam menos com jornal e cancelam assinaturas. O jornalismo custa dinheiro, tem gastos com repórteres, viagens, material e isso resulta em um processo de enxugamento das redações, demissões, menos viagens, menor estrutura. Além desse cenário desafiador que gera consequências na qualidade do produto, ainda existem as questões da relação do jornalismo impresso com o digital, a maneira como esse jornalismo é feito, a produção de conteúdo imediato, entre tantas questões a se pensar.

A imprensa não sairá dessa crise política da mesma forma que entrou. São colocados novos desafios na questão do equilíbrio, o jornalismo profissional é cada vez mais demandado a ser uma voz que destoe da estridência, do opinionismo, do achismo, da informação falsa, não checada que é a informação que circula nos meios eletrônicos, nas redes sociais. Da mesma forma que a imprensa sofre uma crise, ela tem a oportunidade de se reinventar”, disse Zanini.

Neste momento de diversos acontecimentos de importância nacional, o editor do caderno “Poder” falou sobre a importância do jornalismo didático, que tem a função de esclarecer a população. “Distinguir o que é barulho e fumaça do que é informação, é o que o jornalismo profissional deve fazer.”

Durante a palestra, que foi aberta ao público, algumas questões foram levantadas pelos participantes, uma delas foi qual a opinião da Folha sobre o cenário atual? O jornalista esclareceu que embora o jornal desse espaço para opiniões divergentes de seus profissionais, o posicionamento da Folha, é compatível com o dele, que é contra o impeachment. Para eles as pedaladas não são motivos suficientes para esse processo de cassação. Por outro lado, eles avaliam que é um erro chamar de golpe, porque não há quebra institucional para dizer que é um golpe.

Esse evento faz parte das atividades da Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), que foi criada em homenagem ao então publisher da Folha de S. Paulo.

Para participar dos próximos eventos fique atento a agenda de atividades da Folha de São Paulo e da FIAM-FAAM.

Ariane Fonseca

Matéria replicada do Blog: Jornalismo Digital Fiam

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